Flávia Gomes e Antonio Golfeto no Fórum em São Joaquim da Barra, com prefeita Maria Helena Vannuchi e vice-prefeito Marcelo Mian |
O Senai deverá promover dois cursos em Orlândia – para
pintor de paredes e eletricista, para os quais falta apenas a anuência da
Prefeitura. A viabilização dos cursos foi feita pela vice-prefeita Flávia Gomes,
que se reuniu em Ribeirão Preto com a coordenadora de cursos do Senai, Maria Helena Alecrim de Freitas. “Acredito que estes
cursos podem contribuir muito para a melhoria dos serviços profissionais e uma
nova oportunidade para as pessoas que buscam postos de trabalho, principalmente
com o crescimento da construção civil”, afirma Flávia.
Nesta
semana, Flávia entrevista à Lidersom FM,
em que falou sobre seu trabalho como vice-prefeita, as dificuldades em obter
benefícios para Orlândia sem a contrapartida do Executivo. “É público e
notório que houve um rompimento irremediável ente o atual prefeito e sua vice,
continuo utilizando contatos com amigos para obter benefícios para nossa cidade”,
explica. O Hospital Beneficente Santo Antonio, por exemplo, recebeu R$ 120 mil
do Governo mediante solicitação sua ao deputado Roberto Engler.
Flávia também fala sobre o Fórum de Desenvolvimento
Econômico e Social da Alta Mogiana. “O sucesso do Fórum está diretamente ligado à participação da sociedade,
com trabalhadores, empresários, autoridades, estudantes, enfim, todos devem
cumprir seu papel social neste debate”, afirma ela, que também é coordenadora
regional da Fremaprev (Frente Parlamentar Mista de Defesa de
Desenvolvimento Econômico e Valorização do Trabalho). Abaixo, a íntegra da
entrevista.
Lidersom – Como e quando surgiu a ideia para
criar Fórum de Desenvolvimento Econômico e Social da Alta Mogiana, movimento
que envolve vários setores importantes da sociedade?
Flávia Gomes – A ideia de promover um debate sobre o
desenvolvimento econômico já era antigo. Na verdade, surgiu da necessidade que
via na própria cidade, que há muito tempo sofre com uma economia que não
cresce, com redução do salário médio, poucos postos de trabalho criados. Mas
Orlândia não é única a sofrer com estes problemas, mas isso não pode impedir de
buscar uma solução perene para isso. Acredito que um projeto regional, que leve
em consideração soluções integradas para problemas comuns.
Lidersom – Qual poderá ser o resultado prático
deste Fórum?
Flávia Gomes – Por definição, o Fórum se propõe a fomentar o
debate que pode gerar ideias, projetos e propostas para o desenvolvimento
econômico e social de Orlândia. Portanto, o sucesso do Fórum está diretamente
ligado à participação da sociedade, com trabalhadores, empresários,
autoridades, estudantes, enfim, todos devem cumprir seu papel social neste
debate. Resultados práticos, de fato, surgirão quando os projetos forem
debatidos, e soluções colocadas em prática. O Fórum é permanente, e dever ser
realizado periodicamente.
Lidersom – Quais propostas foram apresentadas ou
mais discutidas para atrair investimento para a Alta Mogiana?
Flávia Gomes – A grande questão, na verdade, não é atrair
investimentos – embora, claro, também queremos isso. Há muitas regiões como a
Alta Mogiana que têm características próprias e condições que podem ser mais ou
menos atrativas a determinados investimentos, a determinados negócios. O
principal seria promover o investimento de empresas da própria cidade,
eventualmente criando formas e legislação que possam incentivar o crescimento
das empresas que existem e o surgimento de outras.
Lidersom – Qual a maior aptidão da Alta Mogiana –
indústria, comércio, agricultura, turismo?
Flávia Gomes – A Alta Mogiana tem vocação para qualquer
atividade econômica. Para tornar esses negócios viáveis, porém, temos de ter
ações que possam ampliar nossa capacidade de desenvolvimento: qualificação de
mão-de-obra, escolas técnicas, inovação por parte do Poder Público em utilizar
melhor os recursos de que dispõe.
Lidersom – A mão-de-obra qualificada é um fator
importante e decisivo para empresas investirem? Orlândia e região têm
mão-de-obra para atender uma futura oferta de emprego?
Flávia Gomes – Sem dúvida que a qualificação é importante. Mas
não dá para ter gente qualificada em todas as atividades econômicas; portanto,
precisamos atender primeiramente à demanda que existe por profissionais da área
de vendas, por exemplo. Mas é pouco salutar imaginar que teremos grande oferta
de postos de trabalho sem planejar e, principalmente, lutar por isso. O
problema é que, se tivéssemos uma grande empresa com interesse em Orlândia,
hoje, dependendo do setor em que atuasse, não teríamos condições de recebê-la,
pois o Distrito Industrial está tomado, não há outras áreas disponíveis, a
Prefeitura não tem um programa de atração e nem sequer de recepção de
investidores.
Lidersom – Existe um movimento do empresariado
apontando cidades menores como novo nicho para novos negócios?
Flávia Gomes – Aponta-se esta tendência, mas em alguns setores,
conforme diz a imprensa. Mas cidades médias, como a nossa, talvez estejam ainda
aquém desse movimento. Daí minha insistência em propor um projeto regionalizado
para que possamos nos unir. Unidos, podemos ser maiores e mais fortes.
Américo Alves, Roberto Engler e Flávia Gomes em São Paulo; Hospital Santo Antonio recebeu R$ 120 mil do Governo |
Lidersom – Orlândia sempre de destacou com uma
cidade diferenciada por ter uma renda per capita bem acima da média regional.
Na sua opinião, a cidade ainda vive um bom momento ou muito ainda tem a ser
feito ?
Flávia Gomes – Orlândia é uma cidade rica, sem dúvida, com uma
classe média com alto poder aquisitivo. Mas, se comparada com cidades da
região, nossos índices não estão como de dez, quinze anos atrás. Morro Agudo,
por exemplo, tem uma renda per capita maior que a nossa. Orlândia,
definitivamente, não está em seu melhor momento. Mas não dá para ficar
lamentando... Precisamos, na verdade, estudar como reverter esse processo e
aproveitar o bom momento do Brasil. O país está em crescimento, há o Pré-Sal, a
Copa, as Olimpíadas. Temos de encontrar nosso espaço para também acompanharmos
este crescimento em benefício da nossa população.
Lidersom – No Fórum, uma expressão bastante usada foi
“vontade política”. O que isto significa?
Flávia Gomes – Vontade política é querer fazer, ir além do
mínimo esperado de um administrador público ou mesmo legislador. Orlândia sofre
com essa falta de vontade política, falta de pensar o futuro, isto é, projetar
que cidade queremos daqui a vinte ou trinta anos. Os políticos precisam lutar
por Orlândia e não entre si. Sempre tenho a iniciativa de ir aonde for
necessário para atender às necessidades de Orlândia. Mas, infelizmente, nem
sempre é possível implantar projetos sem anuência do Executivo.
Lidersom – Como a sra. analisa sua atuação como
vice-prefeita?
Flávia Gomes – Acho que fiz mais do que as condições impostas me
permitem. Como a maioria das coisas dependem do Executivo (prefeito) e, todos
sabem, é público e notório que houve um
rompimento irremediável ente o atual prefeito e sua vice, continuo utilizando
contatos com amigos para obter benefícios para nossa cidade. O Hospital
Beneficente Santo Antonio, por exemplo, recebeu R$ 120 mil do Governo Estadual
mediante minha solicitação ao deputado Roberto Engler. Além disso, lutei para
que outras entidades assistenciais recebessem verbas, equipamentos e outros
benefícios.
Outra coisa importante são os cursos promovidos em
Orlândia pelo Senai de Ribeirão
Preto. Estive com a coordenadora do Senai, Maria Helena Alecrim de Freitas, no
dia 2 de setembro, falando das necessidades de Orlândia para qualificar a
mão-de-obra. Ela esteve na cidade no último dia 16, quando fomos até o
Sindicato dos Trabalhadores Rurais, local que ela considerou ideal para
aplicação dos cursos de pintor e eletricista. Acredito que estes cursos podem contribuir muito para a
melhoria dos serviços profissionais e uma nova oportunidade para as pessoas que buscam postos de
trabalho, principalmente com o crescimento da construção civil. O Senai prevê
para o dia 10 de outubro o início dos cursos, mas sua viabilização ainda
depende da Prefeitura.
Lidersom – Qual, na sua opinião, o maior desafio
que Orlândia terá de enfrentar no futuro?
Flávia Gomes – Orlândia tem muitos desafios pela frente. Foram
anos de estagnação, em que perdemos muito em relação às cidades da região.
Precisamos criar empregos e qualificar a mão-de-obra para nos tornarmos
atraentes para investidores, inclusive da própria cidade e região. É por isso
que o Fórum é tão importante: apresenta novas propostas para o nosso
desenvolvimento e como gerar e distribuir melhor a renda, criando uma sociedade
mais justa, com menos diferença social, sonho de todos nós. Mas a grande força
de Orlândia está em seu povo, trabalhador, vencedor, que não se abate pelos
problemas que surgem à sua frente. Juntos superamos muitos obstáculos e, tenho
certeza, também juntos vamos tornar Orlândia uma cidade cada vez melhor para
morar e ser feliz.
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