terça-feira, 22 de novembro de 2011
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Fórum de Desenvolvimento propõe soluções para problemas regionais
Murilo Guilherme, Flávia Gomes, Gilberto Barbeti e Luiz Eduardo Lacerda: estímulo ao debate e à busca de soluções para a Alta Mogiana |
Diversificação
econômica, atitude empreendedora, favorecimento fiscal, qualificação de
mão-de-obra, criatividade são algumas dos desafios para o desenvolvimento da região.
Esta é a conclusão a quem chega o Fórum de Desenvolvimento Econômico e Social
da Alta Mogiana, que realizou sua terceira rodada de debates em Morro Agudo,
quinta-feira, dia 27. Mais de duzentas pessoas estiveram no auditório da escola
Regina Célia Guarnieri, que assistiram atentas às palestras, que apontaram a
necessidade de planejamento e busca de oportunidades como forma de gerar renda,
postos de trabalho e qualidade de vida.
O
debate reuniu consultores da região, sob mediação do diretor da Faculdade de
Orlândia (FAO), Luiz Eduardo Lacerda dos Santos. Os palestrantes foram o
consultor e professor da FAO, Adalberto Andrade, o assessor de Governo da
Prefeitura de Morro Agudo, Mário Brunhara, o empresário Carlos Theodoro
Marques, e o consultor e empresário Dorival Polimeno Sobrinho.
Flávia Gomes: diversificação da economia |
A
vice-prefeita de Orlândia, Flávia Gomes, idealizadora do Fórum e coordenadora
regional da Fremaprev, afirmou, na abertura, que a regionalização do debate é importante
para a busca de soluções de problemas comuns às cidades da região – Orlândia,
Morro Agudo, São Joaquim da Barra, Sales Oliveira e Nuporanga. “O Fórum quer
estimular o nascimento de um debate fomentado não somente pela necessidade, mas
também pela vontade política e capacidade de nossa sociedade em transformar os
problemas em oportunidades”, disse Flávia.
“Para
além dessa riqueza que representa a cana-de-açúcar e toda sua complexa
estrutura, a região busca seu desenvolvimento mais amplo – tanto na área econômica
quanto na social”. Para a vice-prefeita, é imperativo desenvolver uma visão de
mundo mais ampla, discutindo problemas que afetam as cidades indistintamente e
também soluções que possam ser implantadas.
Fortalecimento
O
prefeito de Morro Agudo, Gilberto Barbeti, também defendeu um projeto regional
de desenvolvimento. “Não se pode pensar a cidade sozinha, isoladamente”. Ele
lembrou que, na iniciativa privada, diversos setores têm encontrado na união
seu fortalecimento. “O Fórum tem tudo para trazer uma visão inovadora para a
região, e apoiamos totalmente esta iniciativa”, disse. “Devemos nos organizar,
como classe pensante, para criarmos condições de nossas cidades absorverem os
jovens que hoje buscam trabalho”.
“O
Fórum representa uma nova visão para o empresário, que pode se modernizar a
partir essas ideias”, disse o presidente da Associação Comercial e Industrial
de Morro Agudo (Acima), Murilo Guilherme. Segundo ele, o comércio da cidade
passou por grandes transformações nos últimos anos, com investimento em
diversos setores. “Mas ainda é possível crescer mais”.
Atitude empreendedora pode fazer diferença no desenvolvimento, apontam palestrantes
Carlos Theodoro Marques, Murilo Guilherme, Flávia Gomes, Gilberto Barbeti e Luiz Eduardo Lacerda |
Os palestrantes
do Fórum de Desenvolvimento Econômico e Social acreditam que empresários,
políticos, educadores e a sociedade de modo geral devem ter novas atitudes
diante de desafios como falta de mão-de-obra qualificada, monocultura da
cana-de-açúcar e concentração da terra nas mãos de poucos proprietários. Realizado
pela Fremaprev (Frente Parlamentar Mista de Defesa de
Desenvolvimento Econômico e Valorização do Trabalho), o evento teve apoio da
Faculdade de Orlândia (FAO), Prefeitura Municipal de Morro Agudo e Associação
Comercial e Industrial de Morro Agudo (Acima).
“Estamos
vivendo um momento de transição na atividade econômica”, disse o professor
Mário Brunhara, assessor de Governo da Prefeitura de Morro Agudo. Maior
produtor de cana-de-açúcar do país (113 mil hectares plantados), o município
estaria deixando um ciclo de geração de riqueza e renda a partir do setor
sucroalcooleiro, que ainda tem o maior peso na economia. Essa mudança seria
gerada pela entrada da multinacional Louis Dreyfus Commodities (LDC) na
economia, após a compra das usinas Vale do Rosário e MB, formando a LDC-Sev.
“Se
antes essas empresas eram familiares, hoje têm dirigentes, não donos”, disse
Brunhara. Inegável seria a vocação eminentemente agrícola de Morro Agudo,
caracterizada por grandes propriedades rurais (das 684 fazendas, 68 têm mais de
500 hectares, ocupando 48% da área rural total). O potencial de consumo
representado pelas regiões de Ribeirão Preto, Franca, São José do Rio Preto e Triângulo
Mineiro seriam uma das riquezas “desprezadas”.
A
monocultura da cana-de-açúcar e a alta concentração de terras nas mãos de
grandes proprietários, porém, seriam pontos negativos a serem superados. “No
próximo ano, teremos todo o esgoto tratado, o que será importante como fator desenvolvimentista”,
anunciou. Para Brunhara, a criatividade é preponderante para alcançar o
desenvolvimento. “Temos grandes desafios pela frente, e somente uma mudança de
comportamento pode garantir o crescimento”, disse.
Luiz Eduardo (centro) fala na abertura do Fórum, com os palestrantes Adalberto Andrade, Dorival Polimeno, Mário Brunhara e Carlos Theodoro Marques |
“Novo pensamento”
O
consultor Adalberto Andrade, da Cash Consultores, defendeu uma nova postura da
sociedade diante de problemas e oportunidades existentes na região. Segundo
ele, a economia brasileira está em crescimento e há uma aliança regional em
curso (promovida pelo Fórum). “Ganha quem começar primeiro”, afirmou. Na sua
opinião, os jovens, de modo geral, não são ensinados a serem “empresários”. “A
maioria é incentivada a ter profissões com carteira assinada, a ter um emprego,
simplesmente”, disse.
É
preciso, entretanto, atenção a fatores que exigem cada vez mais dos futuros
empreendedores. “Atualmente, vemos uma redução no poder aquisitivo do
consumidor, que leva à queda generalizada nas vendas e ao endividamento da
população”, disse Andrade. Ele é um dos defensores, inclusive, de uma nova
metodologia para medição da inflação, que seria de 22% na região em 2010 (bem
acima dos 5,91% registrados pelo IPCA).
Um
novo pensamento é exigido dos agentes intrinsecamente ligados ao
desenvolvimento. O consultor acredita que as escolas precisam voltar-se e para
a preparação dos alunos como empreendedores e qualificá-los de acordo com as
necessidades locais. “Não adianta proporcionar educação técnica se não estiver
inserida na realidade da cidade”, adverte.
Às
prefeituras, cabe a criação de uma legislação favorável à geração de emprego,
além da criação e fortalecimento das secretarias de desenvolvimento. “As
secretarias devem ser mais agressivas, com poder de negociação e decisão, além
de uma legislação mais flexível”, exorta. Os empresários, por sua vez, devem
investir, principalmente, em criatividade e planejamento.
Apreensão do comércio
Ex-diretor
da Carol (Cooperativa dos Agricultores da Região de Orlândia), o engenheiro e
empresário Carlos Theodoro Marques afirma que a região, notadamente Morro Agudo,
precisa reduzir sua dependência da cana-de-açúcar. “Já mudou muito, mas o comerciante
ainda fica apreensivo com a aproximação do final da safra”. “Nossa vocação é
agrícola, mas essa dependência deve ser reduzida a partir da diversificação”,
disse.
Outro
entrave ao desenvolvimento econômico é a falta de tradição associativista ao
município. “As instituições têm o peso de suas lideranças, o que é insuficiente
para a mudança necessária. Cada um precisa dedicar seu tempo e seu conhecimento
para superarmos os desafios”. A falta de liderança, afirmou, foi responsável
pela transferência, anos atrás, da fabricante de máquinas agrícolas Penha para
Ribeirão Preto.
A
criação de novos negócios também foi apontada como fator importante para a
economia local, mas a falta de apoio institucional leva muitos a desaparecerem
tão rapidamente quanto surgem. “Aponta-se a falta de mão-de-obra qualificada,
mas chegamos a um círculo vicioso: não há qualificação por não haver emprego, e
não há emprego por que não temos mão-de-obra qualificada”, disse. Marques
acredita, porém, que somente o incremento de programas educacionais poderá contribuir
para a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.
Investir em talentos
Consultor
de empreendedorismo, o palestrante Dorival Polimeno Sobrinho, diretoor da
2N1V
– Inteligência e Comunicação, acredita que os empresários têm papel fundamental
na qualificação da mão-de-obra. “È muito melhor a empresa investir no seu
colaborador e desenvolver os talentos internos”, disse.
“É
preciso definir um investimento necessário para sustentabilidade das empresas
locais, bem como para atração e retenção de talentos”, explica. Fatores que reduzem a
competitividade do Brasil, como a mão-de-obra desqualificada e o pequeno número
de empreendedores formados, precisam ser reavaliados. “A mudança no
comportamento do consumidor provocou uma mudança também na produção. Agora,
devemos modernizar a mão-de-obra com educação empreendedora”, disse.
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Por que roubam os comunistas?
Che Guerava por Andy Warhol |
Eugênio Bucci
Em 1989, aos 26 anos, o cineasta Steven Soderbergh ficou famoso com
Sexo, mentiras e videotape. Duas décadas depois, lançou Che, um épico dividido
em duas partes, ou dois filmes em sequência: no primeiro, Che Guevara vira
guerrilheiro em Cuba; no segundo, ele vai para a Bolívia instalar um foco
revolucionário. No primeiro, Che sai consagrado, aos 30 anos. Do segundo, saiu
morto, carregado por um helicóptero.
A cena final do primeiro filme é inesquecível. Pode ser vista como um
trailer do pesadelo ético que a esquerda viveria na América Latina a partir de
então. O protagonista Che Guevara (Benicio del Toro) vai pela estrada, dentro
de um jipe sem capota, na direção de Havana. É janeiro de 1959. O ditador
Fulgencio Batista fugiu. Fidel Castro venceu. De repente, passa pelo jipe um
vistoso conversível, dirigido por um dos comandados de Che. No automóvel, moços
e moças festejam, cabelos ao vento. Che ordena que parem. “Que carro é este?”,
pergunta ao motorista. “Era de um francoatirador”, diz ele. O comandante se
enfurece. Manda que seu subordinado volte, devolva o carro e só depois vá para
Havana, a pé, se for preciso.
A mensagem do líder era simples e direta: a revolução não era um
movimento de ladrões.
Na biografia que John Lee Anderson escreveu sobre Guevara, há uma
passagem parecida. De novo, estamos às voltas com automóveis. Agora, Che é
ministro das Indústrias, no regime comunista de Havana. Certo dia, seu
vice-ministro, Orlando Borrego, aparece na repartição com um Jaguar esporte,
novinho, que encontrara numa fábrica. O chefe o interpela aos palavrões e o
obriga a devolver o carro. Borrego passaria os 12 anos seguintes dirigindo um
Chevy mais simples, sem opcionais. Outra vez, a mesma mensagem: a revolução não
admite ladrões.
Acontece que a História (com “H” maiúsculo, como alguns preferem) não é
heroica. Ela é uma piadista. Quando morreu pelas armas dos militares
bolivianos, Che estava magro e doente. E os ladrões proliferaram nas fileiras
de esquerda. Rechonchudos e felizes. Não roubaram apenas automóveis, mas
utopias. Transformaram sonhos dos camaradas em butim. Estão por aí, de terno,
gravata e dinheiro vivo dentro de casa. Nisso se resume o grande dilema
existencial e político das organizações de esquerda.
Ao se acovardar diante da corrupção ou, pior, ao julgar que podem se
extrair vantagens táticas da corrupção, um partido de esquerda abdica de
acreditar na igualdade de oportunidades. Logo, abdica de sua herança simbólica
e de nomes como Che Guevara. É bem verdade que Che se tornou um homem
embrutecido, violento, comandando execuções às centenas, sem processo justo. O
lendário guerrilheiro foi, a seu modo, um misto de verdade e de loucura (“tanta
violência, mas tanta ternura”). Fez sua guerra, sujou as mãos de sangue e topou
pagar o preço de sua escolha. O que importa, agora, é que ladrão ele não foi. E
isso importa porque não foi a selvageria da batalha que corrompeu a esquerda:
foi o roubo.
Passemos ao Brasil de 2011. Passemos para hoje. Estamos aí atordoados
com mais um escândalo, outra vez embaralhando ONGs, mas agora com militantes e
ex-militantes do PCdoB e autoridades do Ministério dos Esportes. Passarão
meses, talvez anos, até que saibamos quem de fato tem culpa no cartório, se é
que o tabelião e os cartorários não estavam no esquema. Desde já, porém,
sabemos que há milhões e milhões de reais em irregularidades, tudo em nome de
dar assistência a crianças carentes que não recebiam assistência nenhuma.
A corrupção virou a pior forma de barbárie de nossa democracia não
apenas porque mercadeja com o destino de crianças ou porque sacrifica vidas em
hospitais imundos e estradas abandonadas, mas principalmente por ter
transformado a política numa indústria complexa, cuja finalidade é a
apropriação da riqueza de todos para fins privados (e fins partidários são fins
privados). Na esquerda, a corrupção se qualifica: emprega métodos bolcheviques
e se justifica sob licenças ideológicas que enaltecem o crime comum como se ele
fosse a própria trilha de libertação dos oprimidos. É uma corrupção delirante,
que se julga uma nova modalidade de guerrilha contra o capital, mas que, no
fundo, presta serviços ao que há de pior no capital.
Comunistas e socialistas, quando corruptos, roubam enfim a razão pela
qual morreram todos os guerrilheiros. Traindo seus mortos, traindo os
desaparecidos, o corrupto de esquerda se sente vitorioso. Acha que pode passear
de conversível sem ser incomodado.
Eugênio Bucci é jornalista (artigo publicado na revista Época em 24/10/2011)
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Fórum debate economia e desenvolvimento das cidades em Morro Agudo
O radialista Sergio Fiatikoski entrevista, na Rádio República, Murilo Guilherme, Flávia Gomes e Luiz Eduardo Lacerda |
O Fórum de
Desenvolvimento Econômico e Social da Alta Mogiana promove nesta quinta-feira, 27,
reunião em Morro Agudo. Trata-se do terceiro evento a debater Desafios e
Soluções para o Desenvolvimento, que envolve as cidades de Orlândia, São
Joaquim da Barra, Morro Agudo, Sales Oliveira e Nuporanga.
Os debatedores serão o
professor e consultor Mário Brunhara, assessor de Governo da Prefeitura de
Morro Agudo, o engenheiro e empresário Carlos Theodoro Marques, e o consultor e
palestrante Dorival Polimeno Sobrinho, diretor da 2N1V - Inteligência e
Comunicação.
Promovido pela
Fremaprev (Frente
Parlamentar Mista de Defesa de Desenvolvimento Econômico e Valorização do
Trabalho) com apoio da Faculdade de Orlândia – FAO –, Associação Comercial e
Industrial de Morro Agudo (Acima) e Prefeitura de Morro Agudo, o Fórum tem-se
mostrando uma plataforma de debate sobre a real situação dos municípios e a
possibilidade de crescimento econômico e desenvolvimento social.
O diretor da FAO, Luiz
Eduardo Lacerda dos Santos, acredita que a formação de mão-de-obra qualificada
é um dos fatores preponderantes para o desenvolvimento. “O capital procura
massa cinzenta desenvolvida”, explica. Para tanto, uma nova visão sobre o
trabalho e as condições de oferecimento de qualificação deve ser aplicada na
região. “Precisamos inovar e criar condições para a inovação”.
“As cidades da região
têm muito em comum, e podem se unir em diversos setores para benefício da
população”, acredita a vice-prefeita de Orlândia, Flávia Gomes. O desafio do
Fórum, segundo ela, é tornar a participação da sociedade cada vez maior, além
de levá-la a refletir sobre as ações necessárias ao desenvolvimento.
O
presidente da Acima, Murilo Guilherme, considera que o Fórum será importante
para o debate sobre o crescimento de Morro Agudo e trará novas ideias para os
empresários locais.
Serviço
Fórum de Desenvolvimento Econômico e
Social da Alta Mogiana
Data: Dia 27 de outubro, às 19h30
Local: Auditório da EMEF Regina Célia
F. Guarnieri (Avenida São José, 1.615)
Internet:
forumaltamogiana.blogspot.com
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Ficha Limpa de verdade
Flávia Gomes: defesa da Ficha Limpa |
O Supremo Tribunal Federal deve votar,
em breve, a validade da Ficha Limpa para as eleições de 2012. Nascida com apoio
popular e mais de 1,6 milhão de assinaturas, a Lei da Ficha Limpa é uma das
grandes conquistas da recente democracia brasileira. Trata-se de um avanço tão
grande que movimentos retrógrados e corporativistas agem às escondidas para
engavetá-la de vez.
Ainda há dúvidas se a Lei será, de
fato, colocada em prática, já que alguns acreditam que seja inconstitucional.
Quando um brasileiro não reúne condições legais para ser candidato a um cargo
eletivo, como a Lei preconiza, ele não é penalizado. Assim, não fere princípios
constitucionais.
Faz um ano que a Lei da Ficha Limpa
foi aprovada. É uma época de comemoração, sem dúvida, pois a Justiça Eleitoral
poderá ter, com ela, instrumentos legítimos para impedir candidaturas de
políticos que tenham sido condenados por diversos crimes. Mas, também,
precisamos estar vigilantes.
Congresso Nacional: "maior beneficiado é povo" |
O maior beneficiado pela Ficha Limpa é
o povo brasileiro – de qualquer classe social, idade, escolaridade, Estado.
Esta não é uma conquista recente; ela se deve a uma luta árdua pela defesa da
democracia, que custou, inclusive, muitas vidas.
O grande guardião da Ficha Limpa deve
ser o eleitor. É ele quem deve vigiar os candidatos e, em caso de falha,
denunciar um eventual “ficha suja”. A Lei, claro, é importante, mas é o eleitor
responsável, em última análise, pela eleição de criminosos que burlam a lei e,
principalmente, enganam a sociedade.
A Ficha Limpa, de verdade, não é promovida
apenas pela legislação, mas pela escolha correta de nossos representantes. O
analfabetismo político é o principal responsável pelo outro analfabetismo,
aquele que atinge 20% da população brasileira, que não consegue compreender um
simples bilhete.
Há coisas importantes a serem feitas
em nosso País. Mas, enquanto não pensarmos no futuro das próximas gerações e
continuarmos a eleger lamentáveis candidatos comprometidos apenas com seus
comparsas partidários, não teremos um Brasil digno para deixar aos nossos
netos, bisnetos, tetranetos. A verdadeira Ficha Limpa somos nós que fazemos.
Flávia
Mendes Gomes é psicóloga, advogada e vice-prefeita de Orlândia
(Artigo publicado no jornal Empório Cultual, edição de setembro)
(Artigo publicado no jornal Empório Cultual, edição de setembro)
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Ficha limpa: o que está em debate no STF
A
sociedade brasileira está à espera do julgamento da Ação Declaratória de
Constitucionalidade nº 30, proposta pelo Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil, em que se afirma a plena compatibilidade da Lei da Ficha
Limpa (Lei Complementar n° 135/2010) com os princípios afirmados pela
Constituição Cidadã. No centro do debate está a resposta a uma indagação
primária: inelegibilidade é pena criminal ou condição para o registro da
candidatura?
A
resposta a essa pergunta conduz à solução dos dois principais impasses a serem
finalmente resolvidos pelo Supremo Tribunal Federal. Um é relativo à
aplicabilidade do princípio da presunção de inocência; outro se refere à
incidência do princípio da irretroatividade da lei penal.
Ambos
os princípios a que acabo de me referir são inerentes ao Direito Penal. O saber
jurídico possui muitos campos (Administrativo, Ambiental, Penal, Trabalhista,
Civil, Eleitoral etc.), cada um dos quais regido por uma principiologia
própria. É especialmente no campo dos princípios que as disciplinas jurídicas
se distinguem.
Enquanto
no Direito Penal uma sentença só pode ser executada quando se esgotam os
recursos, no Direito Processual Civil, por exemplo, é comum a execução
provisória dos julgados (art. 520 do CPC). Já em matéria eleitoral, a regra é a
execução imediata das decisões (art. 257 do CE). Então, o que de fato é uma
inelegibilidade? Qual é a sua natureza jurídica?
Os
que afirmam ser a inelegibilidade uma sanção, se apegam a seus aspectos
exteriores. Consideram que o fato de ela impedir o acesso de alguém ao registro
válido da candidatura constitui uma punição, uma reprovação de uma conduta
baseada num juízo de perfil condenatório.
Não
é isso, todavia, o que ocorre. Inelegibilidade não é uma sanção, é uma condição
jurídica. Enquanto as sanções implicam em limitação ao exercício de direitos
preexistentes, as condições constituem requisitos para o acesso a novos
direitos.
Segundo
o art. 121 do Código Civil, “Considera-se condição a cláusula que, derivando
exclusivamente da vontade das partes, subordina o efeito do negócio jurídico a
evento futuro e incerto”. A condição é, assim, um requisito para o exercício de
um direito. Em muitas situações, as normas permitem que se cobre o
preenchimento de certas exigências para que um direito possa ser exercido. As
condições permitem verificar se o pretendente possui as qualidades necessárias
ao alcance do direito.
Isso
acontece em muitos campos. Se alguém pretende vender uma casa e aceita receber
o valor em parcelas, pode estipular que só negociará com quem se predispuser a
adiantar certo montante. Trata-se do estabelecimento de uma condição. Se alguém
oferece uma vaga de emprego, pode exigir do pretendente prova de habilitação
técnica.
Em
matéria eleitoral, as condições aparecem como características que os
postulantes devem ostentar como requisito para a obtenção do registro da sua
candidatura. Nesse contexto, as inelegibilidades aparecem como condições
negativas cujo preenchimento impede alguém de se ver registrado candidato pela
Justiça Eleitoral.
A
Constituição foi emendada em 1994 para determinar ao legislador que editasse
lei complementar fixando inelegibilidades que levassem em conta a “vida
pregressa” do candidato. Como o Congresso não adotou essa providência, mantendo
inalterada a Lei de Inelegibilidades (publicada em 1990), a sociedade lançou
mão do instrumento da iniciativa popular de projeto de lei (art. 14, III, da
CF) para reclamar a adoção da medida legislativa negligenciada.
A
Lei da Ficha Limpa instituiu novas condições para as candidaturas. Por meio
dessas novas cláusulas, se estabeleceu o novo perfil que a sociedade espera dos
candidatos.
Quando
se afirma que alguém já condenado por um tribunal (órgão colegiado) por
narcotráfico, pedofilia, homicídio ou corrupção não pode lançar-se candidato,
não se leva em conta sua eventual culpa pelo delito que lhe é atribuído, mas
tão somente a existência de um dado objetivo: a condenação.
Segundo
as normas brasileiras, os analfabetos e, em certas condições, os cônjuges de
mandatários são inelegíveis. É uma boa demonstração de que a inelegibilidade
não possui caráter punitivo.
Além
desses, a Lei da Ficha Limpa quer inelegíveis os que renunciam a mandatos para
escapar da aplicação de sanções de natureza política, como nos casos de quebra
do decoro parlamentar. A sociedade, por meio do Congresso Nacional, tem todo o
direito de afirmar que tais candidaturas são indesejáveis.
Da
mesma forma, os condenados por tribunais nos casos gravíssimos que a lei
menciona são afastados, pela lei, do acesso à candidatura, pouco importando se
são ou não culpados. A culpa – elemento subjetivo – haverá de interessar apenas
à Justiça Criminal. À Justiça Eleitoral, no momento de processar os pedidos de
registro de candidatura, importará apenas a verificação de dados de natureza
objetiva (se é alfabetizado, se atingiu a idade exigida, se não possui
condenações em certas hipóteses etc.).
Enquanto
a pena tem suas lentes voltadas para o passado (um fato que torna o responsável
passível de punição), a inelegibilidade tem sua vista projetada para o futuro:
interessa-lhe a proteção dos mandatos, dificultando o
seu acesso por parte de pessoas que ostentem indicadores objetivos de
que podem pô-los em risco.
É a
própria Constituição quem afirma essa particularidade: “Lei Complementar
estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim
de proteger a probidade administrativa, a moralidade para o exercício do
mandato, considerada a vida pregressa do candidato (…)” (§ 9° do art. 14 da
CF).
Como
se vê, enquanto a sanção penal tem propósitos punitivos, a inelegibilidade tem
por meta o estabelecimento do perfil esperado dos candidatos. Essa é a
finalidade de todas as exigências fixadas na Lei da Ficha Limpa. Isso é assim
porque nos domínios eleitorais prevalece o princípio da proteção, afirmado
expressamente no citado § 9º do art. 14 da Constituição Federal.
Visto
que inelegibilidade não é pena, o que atrairia o princípio da presunção de
inocência, afasta-se desde logo a exigência do trânsito em julgado. Pode-se
afirmar, então, que inelegibilidade não é pena, é uma condição jurídica. Não há
nisso nada de novo. Essa já é a posição adotada pelo Supremo Tribunal Federal.
Veja-se,
a respeito, o precedente abaixo transcrito: “(…) inelegibilidade não constitui
pena. Destarte, é possível a aplicação da lei de inelegibilidade, Lei
Complementar n° 64, de 1990, a fatos ocorridos anteriormente à sua vigência”
(MS 22087-2, Rel. Min. Carlos Velloso. Diário da Justiça, 10/05/1996. Ementário
nº 1827-03).
Observe-se
que a jurisprudência atual do Supremo Tribunal Federal afasta da
inelegibilidade o caráter de pena. Por razões lógicas, se reconhece sua aptidão
para alcançar fatos ocorridos no pretérito. É a própria Constituição quem o
declara: a inelegibilidade levará em conta a “vida pregressa” do candidato.
Digamos
que a norma até aqui não considerasse que as pessoas casadas com atuais
mandatários fossem inelegíveis. Se ela passasse a fazê-lo a partir de hoje,
seria razoável imaginar que os que se casaram antes da inovação legislativa
permaneceriam elegíveis? É a esse raciocínio absurdo que se chega ao adotar-se
a idéia de que a inelegibilidade não pode considerar fatos ocorridos no
passado.
Na
verdade, não ocorre na Lei da Ficha Limpa qualquer aplicação retroativa de
normas. A referida lei estipulou novas condições (causas de inelegibilidade),
que passarão a ser aplicadas a partir das eleições de 2012.
Se
até 2010 foram aplicadas as flácidas normas até então vigentes, a partir de
agora o rigor aumentará em razão da vontade manifestada pelo Congresso Nacional
sob a forma de lei complementar à Constituição.
Trata-se
de inovação que não altera fatos ocorridos no passado nem deles lança mão para
finalidades punitivas. Observam-se apenas os dados escolhidos pelo legislador como
relevantes para, cumprindo a missão constitucional, verificar os dados
objetivos que marcam a “vida pregressa dos candidatos”. Só haveria
retroatividade, nesse caso, se a nova lei pretendesse alterar o resultado de eleições
anteriores, realizadas sob o pálio de normas diversas. Nada disso ocorre neste
caso.
Gostaria
de rememorar um momento importante desse debate. Em 21 de setembro de 2010 foi
lançado manifesto em que se afirmava: “Nenhuma inelegibilidade se baseia na
idéia de culpa, mas na de proteção, segundo o declara a própria Constituição
Federal.
É
por isso que é aceita normalmente a inelegibilidade dos cônjuges, dos
analfabetos e dos que não se desincompatibilizaram de seus cargos e funções
dentro de certos prazos. Que ilícito praticaram? Por que estariam sendo
“punidos”? E o que dizer da inelegibilidade decorrente da rejeição de contas,
decidida por um órgão auxiliar do Legislativo, os Tribunais de Contas, que não
exercem função jurisdicional?
Tais
casos bastam para demonstrar que não estamos diante de medidas de caráter
punitivo, mas de regras de proteção fundadas em presunções constitucionalmente
admitidas e que têm por escopo a proteção das nossas instituições políticas.
Mandato é múnus público, não se configurando como bem individual. A
inelegibilidade não é pena, mas apenas critério de dispensa do sacrifício de
servir ao povo.
O
princípio do estado de inocência simplesmente não é aplicável às
inelegibilidades. Aqui vigora outro princípio constitucional: o da proteção. A
sociedade tem o direito político negativo de fixar critérios para a
elegibilidade, desde que o faça – tal como empreendido por meio da LC nº
135/2010 – por via legislativa complementar à Constituição. Ao fazê-lo, não
considera a lei que os condenados por tribunais sejam culpados de qualquer
coisa, apenas estabelecendo que suas candidaturas não são convenientes segundo
o crivo do legislador.”
Tal
documento foi subscrito por ninguém menos que Paulo Bonavides, Celso Antonio
Bandeira de Mello, Fabio Konder Comparato e Dalmo de Abreu Dallari. Além
destes, também o assinam os presidentes do Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil (junto com onze ex-presidentes daquele conselho), da
Associação dos Magistrados Brasileiros, da Associação Nacional dos Membros do
Ministério Público, da Associação Nacional dos Procuradores da República e da
Associação dos Juízes Federais. Outros acadêmicos e autores de obras jurídicas
estavam na lista de responsáveis pela edição do manifesto.
Em
resumo, o Supremo Tribunal Federal precisa apenas seguir os seus próprios
precedentes para afirmar a plena compatibilidade da Lei da Ficha Limpa com a
Constituição da República. Se desejar seguir caminho inverso, terá que realizar
a tarefa de dizer que inelegibilidade é pena de natureza criminal, malferindo
assim os rudimentos da Teoria do Direito e a sua própria jurisprudência.
Márlon Reis é juiz de Direito no
Maranhão, membro do Comitê Nacional do Movimento de Combate à CorrupçãoEleitoral, um dos redatores da
minuta da Lei da Ficha Limpa, coordenador e professor em cursos de
pós-graduação, palestrante e conferencista. Twitter: @marlonreis
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Morro Agudo sedia Fórum de Desenvolvimento no dia 27
Luiz Eduardo Lacerda dos Santos, Flávia Gomes, Mário Brunhara, Gilberto Barbeti e Ericson Dias Mello em reunião na Prefeitura de Morro Agudo |
Morro
Agudo sediará, no próximo dia 27, o Fórum de Desenvolvimento Econômico e Social
da Alta Mogiana. É o terceiro evento do ano a discutir formas de as cidades se desenvolverem
a partir de novos modelos, propondo um debate entre a sociedade.
Organizado
pela Fremaprev
(Frente Parlamentar Mista
de Defesa de Desenvolvimento Econômico e Valorização do Trabalho), coordenada
pela vice-prefeita de Orlândia, Flávia Gomes, com a Associação Comercial e
Industrial de Morro Agudo (Acima), o Fórum conta com apoio da Faculdade de
Orlândia – FAO.
Na
quarta-feira, a organização do Fórum esteve em Morro Agudo para acertar
detalhes do evento. O prefeito Gilberto Barbeti recebeu a vice-prefeita Flávia
Gomes, os diretores da FAO, Luiz Eduardo Lacerda dos Santos e Ericson Dias
Mello, e o presidente da Acima, Murilo Guilherme. “O Fórum está desempenhando o
papel a que se dispôs: fomentar o debate sobre a economia da região”, afirma
Flávia.
O
presidente da Associação Comercial e Industrial de Morro Agudo (Acima), Murilo
Guilherme, está confiante nos bons resultados possíveis a partir do Fórum. “É
uma forma de alertar o empresário, que pode aumentar sua empresa, ou mesmo
atrair investimentos de fora”, acredita. Na sua opinião, trata-se de um evento
que pode ser transformador. “Alguém tem de fazer algo pelas cidades da região,
e o Fórum é algo muito significativo”.
Morro
Agudo é um dos maiores municípios do Estado de São Paulo em área territorial, sendo
sede de importantes empresas do setor sucroalcooleiro. Segundo dados da Seade (Fundação Sistema Estadual de Análise de
Dados), o município tem um PIB (Produto Interno Bruto) de R$ 528 milhões – ficando
em terceiro lugar na região, atrás de Orlândia e São Joaquim da Barra. Porém, o
PIB per capita é o maior: R$ 20.504 (dados referentes a 2008).
Serviço
Fórum de Desenvolvimento Econômico e
Social da Alta Mogiana
Data: Dia 27 de outubro, às 19h30
Local: Auditório da EMEF Regina Célia
F. Guarnieri (Avenida São José, 1.615)
Internet:
forumaltamogiana.blogspot.com
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
"Serei candidata se sentir que é a vontade da população", diz Flávia Gomes
Flávia Gomes: mulheres na política |
Flávia também comentou sobre o Fórum de Desenvolvimento Econômico e Social da Alta Mogiana, que ela idealizou e colocou em prática juntamente com Associações Comerciais e a Faculdade de Orlândia (FAO). O debate em São Joaquim da Barra, com palestra do economista Antonio Vicente Golfeto, teve participação da prefeita Maria Helena Vannuchi e do vice-prefeito Marcelo Mian.
Os números apresentados pelo economista são pouco favoráveis a Orlândia quando se fala em dinheiro produtivo e crescimento econômico. “O pior é que todas as outras cidades tiveram crescimento. E Orlândia só ganha em concentração de renda: é a cidade com gente mais rica da região”, disse. Abaixo, a íntegra da entrevista ao repórter Márcio Pereira.
ORC – A sra. é candidata a prefeita?
Flávia Gomes – É prematuro falar em candidatura neste momento, existem prazos legais que devem ser respeitados. Somente serei candidata se sentir que é a vontade da população. Estou, atualmente, no PSB, que formou em Orlândia um diretório com pessoas sérias e comprometidas com o interesse público. Tenho experiência de um mandato como vereadora e, infelizmente, agora como vice-prefeita, todos sabem que na atual administração fui impedida de tomar qualquer atitude administrativa. Mesmo assim, não deixei de buscar verbas para Orlândia, principalmente para entidades assistenciais. O Hospital Santo Antonio, por exemplo, recebeu, só neste semestre, R$ 120 mil do governo estadual por meio de emenda que solicitei ao deputado Roberto Engler. O Senai, por exemplo, vai criar dois cursos (pintor e eletricista) para qualificação de mão-de-obra na cidade, neste caso falta a Prefeitura resolver algumas pendências.
ORC – O que o Fórum já trouxe de benefícios para Orlândia e região?
Flávia Gomes – O mais importante foi a possibilidade de analisar a economia de Orlândia. Durante muitos anos acreditávamos que Orlândia estava bem economicamente, mas ficou comprovado que isso não é verdade. O economista Antonio Vicente Golfeto mostrou que a cidade perdeu, nos últimos anos, quase 30% do repasse de ICMS, uma das principais fontes de recursos do município. Somente entre 2009 e 2010, a perda foi de 7%. O pior é que todas as outras cidades tiveram crescimento. E Orlândia está ficando para trás em todos os quesitos de desenvolvimento. Orlândia só ganha em concentração de renda: é a cidade com gente mais rica da região.
ORC – Qual o maior problema de Orlândia?
Flávia Gomes – Infelizmente, Orlândia tem vários problemas, todos com soluções complexas, problemas que penalizam a maior parcela da população, principalmente as famílias mais carentes. Os principais são: a falta de emprego, a concentração de renda e a falta de investimentos em serviços básicos, como saúde, educação, saneamento. A falta de emprego penaliza a todos: o comerciante perde clientes, pois há menos pessoas com dinheiro para comprar; a cidade, como um todo, perde em repasses governamentais, pois não há geração de valor agregado. Este no meu ponto de vista é o maior problema da cidade: estamos ficando sem emprego, sem recursos. Nos últimos anos, nada foi feito para mudar esta situação, ninguém se preocupou em gerar postos de trabalho. Precisamos mudar isso. Não podemos aceitar que famílias inteiras tenham de viver de cestas básicas ou ajuda de entidades assistenciais, pois têm força de trabalho. Mas, sem educação e qualificação profissional, trabalhadores, jovens e chefes de família, não podem sequer sonhar com um futuro melhor. Precisamos pensar no futuro e, mais do que isso, trabalhar para que ele seja melhor que o presente, e muito melhor que o nosso passado recente.
ORC – Como está a questão dos vereadores no partido?
Flávia Gomes – O diretório municipal é presidido pelo advogado Tiago Cavasini, que certamente poderá dar todas as informações. Porém, o partido está se reestruturando, temos hoje mais de cem filiados, pessoas altamente comprometidas com uma proposta de fazer algo realmente importante para Orlândia. O principal é que conseguimos agregar pessoas ficha limpa neste diretório, não tem ninguém que está sendo processo pela Justiça Eleitoral e, principalmente, temos nossa consciência tranquila em apresentar para Orlândia propostas realmente novas e voltadas para a melhoria da qualidade de vida da população.
ORC – A lei exige cota de 30% para mulheres entre os candidatos a vereador. Como isso está sendo resolvido?
Flávia Gomes – Certamente a cota de mulheres será atingida. Hoje, temos muitas mulheres trabalhando na política, buscando a representação eleitoral que realmente têm junto a sociedade. Temos, pela primeira vez, uma mulher na Presidência – Dilma Roussef, que derrubou preconceitos e mostrou que a competência, é o diferencial entre os candidatos a um cargo eletivo. Orlândia tem mulheres de valor, que trabalham, são mães, donas de casa, chefes de família, e precisam ser representadas no Legislativo. Convoco, inclusive, todas as mulheres para se engajaram na política e defenderem seus direitos, seus pontos de vista, pois somente assim poderemos ter uma democracia cada vez mais forte.
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
"Orlândia está estrangulada", alerta Golfeto no Fórum de Desenvolvimento Econômico
Flávia Gomes faz abertura do Fórum de Desenvolvimento |
O
economista Antonio Vicente Golfeto aponta o empreendedorismo como chave para o
desenvolvimento. A afirmação foi feita durante o Fórum de Desenvolvimento
Econômico e Social da Alta Mogiana, realizado dia 29 em São Joaquim da Barra.
Promovido pela Fremaprev
(Frente Parlamentar Mista
de Defesa de Desenvolvimento Econômico e Valorização do Trabalho) e Associações
Comercias, Industriais e Empresarias, o Fórum tem apoio da Faculdade de
Orlândia – FAO – e do jornal A Voz.
Golfeto apresentou uma série de dados econômicos
sobre a região. Morro Agudo é cidade mais promissora, ao menos em princípio. “É
preciso ver analisar com mais atenção especial”, alertou. Sede de duas das mais
importantes usinas de açúcar e álcool da região, a cidade tem mostrado
crescimento em todos os quesitos pesquisados.
Orlândia é o município que apresenta a maior
concentração de dinheiro (depósitos à vista, a prazo e poupança), mas tem
perdido no repasse de verbas dos governos federal e estadual. Numa série
histórica, entre 1982 e 2010, o Índice de Participação dos Municípios no ICMS
caiu 28,7%, enquanto Nupuranga teve crescimento de 143,4%. Mesmo entre 2009 e
2010, a queda foi de 7%. Orlândia é o único município que registrou decréscimo
nos índices.
Fórum reuniu cerca de 200 pessoas em São Joaquim da Barra |
“Orlândia está estrangulada e precisa de atenção”,
alertou Golfeto. Segundo ele, o município estava entre os que mais cresciam no
Estado na década de 1980. “É preciso analisar do ponto de vista histórico. A
quebra da Comove foi muito sentida”, disse. A Comove foi uma das maiores
esmagadoras de soja e produtoras de óleos vegetais do país, que pediu
concordata em 1990, não se recuperou. A empresa, hoje, pertence ao grupo Sina.
A
região, afirma o economista, precisa inovar para atrair investimentos e também
para promover seu capital interno como empreendedor. Investimento externo é
importante, pois apenas duas cidades da região devem seu desenvolvimento
econômico basicamente ao empreendedores locais: Sertãozinho e Monte Alto. “O
gatilho desenvolvimentista de Sertãozinho foi o desemprego”, afirma.
Golfeto
diversos ex-empregados investiam o dinheiro das indenizações em novas empresas
e, rapidamente, até superavam os antigos patrões. Segundo o economista, o
mercado precisa reconhecer os bons profissionais e as boas empresas. “Hoje em
dia, conseguir dinheiro para financiamento é fácil. Mas uma boa ideia, um bom
projeto, é difícil”.
Ele
cita a empresária Luiza Helena Trajano, presidente do Magazine Luiza, como a
maior empreendedora da região – e uma das maiores do país. “Ela tem algo
importante no mundo dos negócios: intuição”, disse. Mas não fica nisso, claro.
A contratação de uma equipe de assessoria em diversas áreas é fundamental para
o crescimento de qualquer negócio. “O empresário precisa reconhece que, a
partir de certo ponto, não consegue mais sozinho. Se persistir, pode quebrar”,
ensina.
Golfeto
lembrou que os investimentos produtivos não precisa de ponto – princípio
básico, por exemplo, para um comércio. “A logística é importante para quem vai
produzir e tem de escoar essa produção, bem como terra, segurança”, enumerou.
Prefeita Maria Helena e Flávia Gomes |
Números da região
Maior
cidade da região em número de habitantes – 49 mil –, São Joaquim da Barra
apresentou crescimento mais expressivo no repasse de recursos provenientes do
ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias), com variação de 36,9% entre 2009
e 2011 (janeiro a agosto).
Até
o mês passado, o município havia recebido R$ 13,9 milhões desses recursos
estaduais. Nuporanga ficou em segundo lugar, com 35,8% - atingindo R$ 5,3
milhões no período. É o município com maior repasse per capita – R$ 783 por
habitante. O valor equivale a mais de 2,5 vezes o repassado a Orlândia, que
chega a R$ 297.
Com
25,9% de crescimento entre 2010 e 2011, Sales Oliveira acumula, em oitos meses,
R$ 3,5 milhões em repasses. Morro Agudo, com crescimento de 20,1%, o município
teve seus recursos ampliados de R$ 14,1 milhões para R$ 17 milhões em um ano.
Orlândia teve crescimento de 12,1%, com saldo até agosto de R$ 11,8 milhões.
São
Joaquim da Barra é dona da maior frota de veículos – 26.988, segundo dados do
Denatran referentes a junho deste ano. Em relação ao mesmo período do ano
passado, houve aumento de 5,9%. Morro Agudo foi que apresentou maior
crescimento – 11%, saltando de 11.159 para 12.320 no mesmo período.
O
crescimento da frota foi praticamente igual entre todas as outras cidades,
ficam em torno de 7%: Nuporanga saiu de 2.650 para 2.840 veículos – aumento de
7%; Orlândia tinha 24.182 veículos em 2010 e passou para 25.769 neste ano, com
crescimento de 6,5%, enquanto Sales Oliveira apresentou acréscimo de 7,5%, de
4.552 para 4.877 veículos.
Outro
número interessante é o dinheiro disponível nos bancos da região. Segundo o
Banco Central, em junho, as agências de Orlândia respondiam por mais da metade dos
recursos guardados na região: R$ 459,4
milhões, enquanto os outros municípios possuem, juntos, R$ 890,9 milhões. Os
recursos reúnem depósitos à vista privados e do governo, poupança e depósitos a
prazo (aplicações financeiras).
São
Joaquim da Barra fica em segundo lugar no ranking, com R$ 248,5 milhões. Os 85
municípios da região de Ribeirão Preto possuem, em suas agências, R$ 21
bilhões. Neste ponto, Orlândia ganha de todas as cidades, com crescimento de
20,4% no período de um ano, enquanto o Estado registrou aumento de 8,1%.
Flávia e o vice-prefeito Marcelo Mian |
“Soluções integradas”
A
coordenadora regional da Fremaprev e vice-prefeita de Orlândia, Flávia Gomes,
se diz satisfeita com os rumos do Fórum de Desenvolvimento. “Queremos estimular
as pessoas a reverem seus conceitos e buscarem novas formas de mudar a
realidade que, mostram os números, são bem diferentes para cada cidade”,
afirma. Apesar disso, o debate regional sobre problemas comuns e soluções
integradas pode fazer a diferença para a população.
O
diretor da Faculdade de Orlândia, Ericson Dias Mello, considera o Fórum de
grande importância para a região. “A grande questão colocada é como podemos
fazer o desenvolvimento econômico e social de toda a região de forma integrada”,
afirma. Ele anunciou o
próximo Fórum para o dia 27 de outubro, em Morro Agudo.
“Temos
que parabenizar essa iniciativa por ser uma oportunidade de discutir os
problemas sociais e econômicos que temos na nossa região”, disse o
superintendente administrativo da Santa Casa de São Joaquim, João Alberto
Destro.
“Fico
feliz que esteja acontecendo em nosso município esta discussão em torno do
desenvolvimento econômico e social”, disse a prefeita de São Joaquim da Barra,
Maria Helena Borges Vannuchi. Ela considera sua cidade “muito promissora e com
muitas oportunidades”, mas vê necessidade de pessoas dispostas a investir. “É
muito importante a troca de experiências e a discussão em torno dos desafios e
soluções”, afirma.
O
diretor do jornal A Voz, Josué de Carlos, acredita que o Fórum é uma
oportunidade única para a região pensar à frente. “O que podemos pôr em prática
hoje para sermos grandes no futuro?”, indaga. Ele relaciona a região com a
imprensa, que precisou reinventar-se ante as mudanças surgidas nos últimos
anos, como a internet. “Precisamos renovar nosso pensamento e inovar nas ações
para fazer frente à disputa acirrada por recursos que garantam o
desenvolvimento da Alta Mogiana.”
Participaram
do Fórum o vice-prefeito de São Joaquim da Barra, Marcelo Mian, o vereador
Pedro Nardelli, a vereadora Maria Aparecida Seabra de Souza, o vereador de
Orlândia, Edson Rodrigues Vieira, o vereador de Morro Agudo, Flávio Bueno de Camargo, além de empresários, comerciantes e estudantes dos
cursos de Administração e Secretariado da ETEC Pedro Badran.
Público atento à palestra do economista Golfeto |
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