sábado, 1 de outubro de 2011

Flávia Gomes anuncia dois cursos do Senai em Orlândia; falta aprovação da Prefeitura


Flávia Gomes e Antonio Golfeto no Fórum em São Joaquim da Barra,
com prefeita Maria Helena Vannuchi e vice-prefeito Marcelo Mian

O Senai deverá promover dois cursos em Orlândia – para pintor de paredes e eletricista, para os quais falta apenas a anuência da Prefeitura. A viabilização dos cursos foi feita pela vice-prefeita Flávia Gomes, que se reuniu em Ribeirão Preto com a coordenadora de cursos do Senai, Maria Helena Alecrim de Freitas. “Acredito que estes cursos podem contribuir muito para a melhoria dos serviços profissionais e uma nova oportunidade para as pessoas que buscam postos de trabalho, principalmente com o crescimento da construção civil”, afirma Flávia.

Nesta semana, Flávia entrevista à Lidersom FM, em que falou sobre seu trabalho como vice-prefeita, as dificuldades em obter benefícios para Orlândia sem a contrapartida do Executivo. “É público e notório que houve um rompimento irremediável ente o atual prefeito e sua vice, continuo utilizando contatos com amigos para obter benefícios para nossa cidade”, explica. O Hospital Beneficente Santo Antonio, por exemplo, recebeu R$ 120 mil do Governo mediante solicitação sua ao deputado Roberto Engler.

Flávia também fala sobre o Fórum de Desenvolvimento Econômico e Social da Alta Mogiana. “O sucesso do Fórum está diretamente ligado à participação da sociedade, com trabalhadores, empresários, autoridades, estudantes, enfim, todos devem cumprir seu papel social neste debate”, afirma ela, que também é coordenadora regional da Fremaprev (Frente Parlamentar Mista de Defesa de Desenvolvimento Econômico e Valorização do Trabalho). Abaixo, a íntegra da entrevista.

Lidersom – Como e quando surgiu a ideia para criar Fórum de Desenvolvimento Econômico e Social da Alta Mogiana, movimento que envolve vários setores importantes da sociedade?
Flávia Gomes – A ideia de promover um debate sobre o desenvolvimento econômico já era antigo. Na verdade, surgiu da necessidade que via na própria cidade, que há muito tempo sofre com uma economia que não cresce, com redução do salário médio, poucos postos de trabalho criados. Mas Orlândia não é única a sofrer com estes problemas, mas isso não pode impedir de buscar uma solução perene para isso. Acredito que um projeto regional, que leve em consideração soluções integradas para problemas comuns.

Lidersom – Qual poderá ser o resultado prático deste Fórum?
Flávia Gomes – Por definição, o Fórum se propõe a fomentar o debate que pode gerar ideias, projetos e propostas para o desenvolvimento econômico e social de Orlândia. Portanto, o sucesso do Fórum está diretamente ligado à participação da sociedade, com trabalhadores, empresários, autoridades, estudantes, enfim, todos devem cumprir seu papel social neste debate. Resultados práticos, de fato, surgirão quando os projetos forem debatidos, e soluções colocadas em prática. O Fórum é permanente, e dever ser realizado periodicamente.

Lidersom – Quais propostas foram apresentadas ou mais discutidas para atrair investimento para a Alta Mogiana?
Flávia Gomes – A grande questão, na verdade, não é atrair investimentos – embora, claro, também queremos isso. Há muitas regiões como a Alta Mogiana que têm características próprias e condições que podem ser mais ou menos atrativas a determinados investimentos, a determinados negócios. O principal seria promover o investimento de empresas da própria cidade, eventualmente criando formas e legislação que possam incentivar o crescimento das empresas que existem e o surgimento de outras.

Lidersom – Qual a maior aptidão da Alta Mogiana – indústria, comércio, agricultura, turismo?
Flávia Gomes – A Alta Mogiana tem vocação para qualquer atividade econômica. Para tornar esses negócios viáveis, porém, temos de ter ações que possam ampliar nossa capacidade de desenvolvimento: qualificação de mão-de-obra, escolas técnicas, inovação por parte do Poder Público em utilizar melhor os recursos de que dispõe.

Lidersom – A mão-de-obra qualificada é um fator importante e decisivo para empresas investirem? Orlândia e região têm mão-de-obra para atender uma futura oferta de emprego?
Flávia Gomes – Sem dúvida que a qualificação é importante. Mas não dá para ter gente qualificada em todas as atividades econômicas; portanto, precisamos atender primeiramente à demanda que existe por profissionais da área de vendas, por exemplo. Mas é pouco salutar imaginar que teremos grande oferta de postos de trabalho sem planejar e, principalmente, lutar por isso. O problema é que, se tivéssemos uma grande empresa com interesse em Orlândia, hoje, dependendo do setor em que atuasse, não teríamos condições de recebê-la, pois o Distrito Industrial está tomado, não há outras áreas disponíveis, a Prefeitura não tem um programa de atração e nem sequer de recepção de investidores.

Lidersom – Existe um movimento do empresariado apontando cidades menores como novo nicho para novos negócios?
Flávia Gomes – Aponta-se esta tendência, mas em alguns setores, conforme diz a imprensa. Mas cidades médias, como a nossa, talvez estejam ainda aquém desse movimento. Daí minha insistência em propor um projeto regionalizado para que possamos nos unir. Unidos, podemos ser maiores e mais fortes.
Américo Alves, Roberto Engler e Flávia Gomes em São Paulo;
Hospital Santo Antonio recebeu R$ 120 mil do Governo
Lidersom – Orlândia sempre de destacou com uma cidade diferenciada por ter uma renda per capita bem acima da média regional. Na sua opinião, a cidade ainda vive um bom momento ou muito ainda tem a ser feito ?
Flávia Gomes – Orlândia é uma cidade rica, sem dúvida, com uma classe média com alto poder aquisitivo. Mas, se comparada com cidades da região, nossos índices não estão como de dez, quinze anos atrás. Morro Agudo, por exemplo, tem uma renda per capita maior que a nossa. Orlândia, definitivamente, não está em seu melhor momento. Mas não dá para ficar lamentando... Precisamos, na verdade, estudar como reverter esse processo e aproveitar o bom momento do Brasil. O país está em crescimento, há o Pré-Sal, a Copa, as Olimpíadas. Temos de encontrar nosso espaço para também acompanharmos este crescimento em benefício da nossa população.

Lidersom – No Fórum, uma expressão bastante usada foi “vontade política”. O que isto significa?
Flávia Gomes – Vontade política é querer fazer, ir além do mínimo esperado de um administrador público ou mesmo legislador. Orlândia sofre com essa falta de vontade política, falta de pensar o futuro, isto é, projetar que cidade queremos daqui a vinte ou trinta anos. Os políticos precisam lutar por Orlândia e não entre si. Sempre tenho a iniciativa de ir aonde for necessário para atender às necessidades de Orlândia. Mas, infelizmente, nem sempre é possível implantar projetos sem anuência do Executivo.

Lidersom – Como a sra. analisa sua atuação como vice-prefeita?
Flávia Gomes – Acho que fiz mais do que as condições impostas me permitem. Como a maioria das coisas dependem do Executivo (prefeito) e, todos sabem, é público e notório que houve um rompimento irremediável ente o atual prefeito e sua vice, continuo utilizando contatos com amigos para obter benefícios para nossa cidade. O Hospital Beneficente Santo Antonio, por exemplo, recebeu R$ 120 mil do Governo Estadual mediante minha solicitação ao deputado Roberto Engler. Além disso, lutei para que outras entidades assistenciais recebessem verbas, equipamentos e outros benefícios.

Outra coisa importante são os cursos promovidos em Orlândia pelo Senai de Ribeirão Preto. Estive com a coordenadora do Senai, Maria Helena Alecrim de Freitas, no dia 2 de setembro, falando das necessidades de Orlândia para qualificar a mão-de-obra. Ela esteve na cidade no último dia 16, quando fomos até o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, local que ela considerou ideal para aplicação dos cursos de pintor e eletricista. Acredito que estes cursos podem contribuir muito para a melhoria dos serviços profissionais e uma nova oportunidade para as pessoas que buscam postos de trabalho, principalmente com o crescimento da construção civil. O Senai prevê para o dia 10 de outubro o início dos cursos, mas sua viabilização ainda depende da Prefeitura.

Lidersom – Qual, na sua opinião, o maior desafio que Orlândia terá de enfrentar no futuro?
Flávia Gomes – Orlândia tem muitos desafios pela frente. Foram anos de estagnação, em que perdemos muito em relação às cidades da região. Precisamos criar empregos e qualificar a mão-de-obra para nos tornarmos atraentes para investidores, inclusive da própria cidade e região. É por isso que o Fórum é tão importante: apresenta novas propostas para o nosso desenvolvimento e como gerar e distribuir melhor a renda, criando uma sociedade mais justa, com menos diferença social, sonho de todos nós. Mas a grande força de Orlândia está em seu povo, trabalhador, vencedor, que não se abate pelos problemas que surgem à sua frente. Juntos superamos muitos obstáculos e, tenho certeza, também juntos vamos tornar Orlândia uma cidade cada vez melhor para morar e ser feliz. 

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